segunda-feira, 19 de março de 2012

Duda Yancovich acusa rivais pelo título mundial de “maior roubo da história do boxe”


Sérvia naturalizada brasileira revelou ao R7 problemas de organização para a luta
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A boxeadora Duda Yancovich bem que tentou, mas não conseguiu reaver o posto de campeã mundial de boxe no último sábado (17), quando foi superada por pontos pela rival Enis Pacheco, em duelo realizado na Colômbia.

Inconformada com a decisão dos árbitros, Duda, assim que chegou ao Brasil, revelou em primeira mão ao R7 que não apenas o resultado oficial do combate, mas toda a semana que antecedeu à disputa fizeram parte de um complô para que a lutadora dona da casa saísse com a vitória.

- Fiquei surpresa com o resultado, tenho certeza que venci do começo ao fim. Mas têm vários fatores que não são visíveis na TV. A queda que tive no 1º round não foi pelo golpe, mas por causa do ringue irregular, pequeno e cheio de buracos. Mas, mesmo se fosse queda, venci todos os rounds. Foi o maior roubo da história do boxe.


De acordo com a atleta, a certeza de que algo daria errado começou na segunda-feira, um dia depois de chegar ao país, quando foi chamada para uma conversa com o promotor do combate, Juan Carlos Devia.

Nesta reunião, o promotor teria lhe apresentado um novo contrato, irregular segundo Duda, que a prenderia por dois anos ao colombiano.

- Ele queria que eu assinasse um contrato de cinco lutas, de dois anos. Uma loucura, ainda mais porque ele seria o responsável pela minha carreira, estaria acima do meu manager. Me neguei a assinar e ele começou a quebrar pratos e copos que estavam na mesa, dizendo que eu não sairia mais do país.

A essa altura, a luta com Enis Pacheco era dada como fora de cogitação, tanto que por dois dias nenhum contato foi feito com a atleta, período, inclusive, que o promotor se recusou a pagar a alimentação da equipe de Duda, responsabilidade também prevista no contrato.

- Juro que nunca vi ou ouvi nada parecido. Fiquei dois dias no hotel, sem noticias se luta aconteceria ou não. Depois ele trouxe outro contrato, meia hora antes da coletiva de imprensa. Assinei para poder lutar, já que este não me prenderia a ele de forma alguma.

Porém, no novo contrato estava uma das muitas novidades que, dali por diante, comprometeriam o resultado da luta. Antes prevista para 12 rounds, a disputa passou para dez assaltos.

- Passaram minha luta para dez rounds em um ringue todo cheio de buracos. E, quando vi, me deram uma luva adulterada, de 12 onças. Na minha categoria (até 61 kg) lutamos com luvas menores, de oito onças.

Na hora do combate, quem viu sabe. Uma disputa truncada e sem muitas emoções, sempre com Duda dominando o centro do ringue e caminhando para frente.

- O importante para ela era não ser nocauteada. Só ouvia o treinador gritar que ela não podia cair, que era para se agarrar em mim. Nunca bati tanto em alguém. Ela ia me agarrando e tomando soco.

Depois do fim do combate, Duda retornou ao Brasil com sua delegação, ser ter encontrado com o promotor Juan Carlos Devia, que “sumiu do mapa”, com algumas dívidas com o escrete brasileiro.

- Talvez ele tenha achado que como eu vinha de derrota eu não me importaria muito. Loucura mesmo. Não pagou parte da minha bolsa, parte da alimentação, minha e da minha equipe, além de exames médicos. Também inventou licenças para eu poder lutar, só para descontar mais dinheiro.

Apesar de afirmar que seu manager já entrou com o pedido para anular o resultado do confronto, Duda demonstrou desânimo sobre a possibilidade, já que isso só aconteceu uma vez na história do boxe feminino. E sobre o futuro no boxe?

- Não saberia te dizer. Mas estou na melhor fase da minha vida.

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