Realizado há pouco mais de duas semanas, o UFC Rio parou o país e ocupou as manchetes esportivas brasileiras. Alguns clubes de futebol pegaram carona no sucesso do evento e investiram em lutadores. No entanto, após a euforia, as agremiações tentam entender como podem se aproveitar do MMA.
Tirando Anderson Silva, maior estrela brasileira dos octógonos e com contrato longo com o Corinthians, Cruzeiro e Internacional, que deram sinais de interesse pelo esporte, mantém a cautela ao falar sobre o futuro das agremiações na modalidade.
Dono do melhor nocaute da noite do dia 27 de agosto, na HSBC Arena, Rodrigo Minotauro subiu ao tatame com a camisa do Colorado gaúcho.
Contudo, seu contrato com o Inter era apenas para aquela luta. Embora tenha aprovado o retorno que o clube teve, a diretoria gaúcha não sabe se irá prorrogar o compromisso com o peso-pesado e se continuará investindo no esporte. Foi o que revelou ao diretor de marketing Jorge Avancini.
- Apareceu a oportunidade do UFC Rio, aproveitamos e agora estamos avaliando como agir. Nosso negócio futebol, é isso o que a gente domina e temos de ir com calma em outras áreas. Sem dúvida o Minotauro foi um grande parceiro, muito profissional. Ele tem muito a ver com o nosso clube. Vamos sentar agora e avaliar, até porque para explorar a imagem dele, temos de acertar tudo certinho no contrato.
Procedimento parecido é adotado pelo Cruzeiro, que patrocinou Paulo Thiago no UFC Rio. Apesar de o soldado do Bope ter compromisso até o fim do ano com a Raposa, os dirigentes não sabem se irão prorrogá-lo e nem como tirarão proveito do sucesso do lutador, ovacionado pelo torcedor brasileiro. Foi o que comentou Marcone Barbosa, diretor de marketing do clube celeste.
- Tivemos um retorno de mídia enorme com o UFC Rio. Foi transmitido para muitos países, nossa torcida se movimentou bem, foi algo bem aceito. Vamos conversar com o Paulo Thiago ainda para traçar estratégias de marketing. Mas primeiro precisamos entender o que isso representa, aonde poderemos chegar com o MMA.
Para Rafael Plastina, sócio-diretor da Sport Track e especialista em marketing esportivo, os clubes devem procurar parcerias na hora de investir no MMA. Porém, será preciso explorar em ações as imagens dos lutadores, sem depender apenas das aparições nos combates.
- É possível que esses atletas passem a dar visibilidade para os clubes e seus patrocinadores. O que precisa fazer é trabalhar, criar ações. Esperar apenas as lutas do UFC não dará a visibilidade desejada aos parceiros. São poucos combates por ano e eles praticamente só passam em canais fechados, no sistema de pay-per-view.
Pioneiro nessa iniciativa em 2011, o Corinthians dá sinais de estar à frente dos rivais. Ao fechar com Anderson Silva, dono do cinturão dos médios no UFC, o Timão fez um contrato mais longo – até fim de junho de 2012 – e anunciou diversos projetos com o astro.
Academias com o nome do lutador serão criadas pelo Corinthians, que também explorará o atleta em projetos sociais com crianças carentes. Produtos relacionados ao Aranha, como bonecos, também serão lançados.
- Não considero um novo mercado porque ele sempre existiu. O MMA é representativo, tem alguns brasileiros no topo. Mas como quem começou tudo isso agora foi o Ronaldo, levando o Anderson Silva para o Corinthians, a coisa ganhou corpo ainda maior e incentivou os demais clubes.
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